📝 ensaios e entrevistas
a 46ª edição da revista screening the past
Saiu na última quinta-feira (08/12) a 46ª edição da revista digital Screening the Past, uma publicação voltada para historiadores, bibliotecários, arquivistas e qualquer pessoa particularmente interessada na história do cinema e do seu papel dentro da história geral.
A publicação foi editada por Anna Dzenis, Adrian Martin e Raffaele Caputo. Entre seus conteúdos, temos:
15 ensaios inéditos, dos quais destaco:
The “It Girl”: Uma análise histórica sobre a atriz Clara Bow e a repercussão resultante de seu papel no filme O Não Sei Quê das Mulheres (1927) a partir de construções de gênero, classe e sexualidade, por Christina Burr.
Critical Communication and the Coming of Sound: As mudanças na crítica cinematográfica causadas pelo surgimento do cinema falado, por Tom O’Regan e Huw Walmsley-Evans.
Systematically Stoned: Uma exploração das possibilidades dos filmes stoner como gênero cinematográfico, por Adrian Slattery.
A Censorious Affair: O impacto do filme Salò ou os 120 Dias de Sodoma (1975) sobre a censura australiana, por Jade Jontef.
3 traduções de ensaios:
Nicholas Ray According to Jacques Lourcelles, por Adrian Martin
Sombre: Notes of Intention, por Philippe Grandrieux
On French Cancan, por Jacques Rozier
3 resenhas de biografias recém-lançadas sobre diretores de cinema:
r.i.p Yoshishige Yoshida (1946 – 2022)
Faleceu na quinta-feira passada (08/12) o cineasta Yoshishige Yoshida, artista que trabalhou como assistente de diretores da “era de ouro” do cinema japonês e que posteriormente se tornou uma das figuras centrais do movimento artístico conhecido como Nūberu bāgu, a “nouvelle vague japonesa”. Entre suas obras mais aclamadas, temos a trilogia do Radicalismo Japonês, composta pelos filmes Eros + Massacre (1969), Purgatório Heroico (1970) e Golpe de estado (1973).
O diretor chegou a visitar São Paulo em 2003, quando uma retrospectiva parcial da sua filmografia rolou na 27ª Mostra de SP. No mesmo período da Mostra, ele fez presença no lançamento da tradução para português do seu livro “O Anticinema de Yasujirō Ozu”, um livro excelente que infelizmente está fora de catálogo, mas que possui uma versão em inglês disponível por aí na Internet. Digamos que o LibGen é o seu amigo.
“Kiju Yoshida Fêted in Vienna”, ensaio de David Hudson para a Criterion Collection.
“As obsessões de Kiju Yoshida”, ensaio de Sérgio Alpendre para a Contracampo.
entrevistas da semana
Huang Ji e Ryuji Otsuka, Sabzian: O filme do casal de diretores foi escolhido, a pedido do diretor Wang Bing, para ser exibido no evento State of Cinema 2022, que rola esse final de semana. Na entrevista, falaram sobre o trabalho com a atriz Yao Hong gui, as estruturas familiares na China, entre outros tópicos vinculados à obra.
Kier-La Janisse, MUBI: Conversa com a escritora responsável pelo livro House of Psychotic Women, uma exploração autobiográfica da neurose feminina em filmes de horror e explotation, recentemente expandida numa nova edição.
🤔 o que assistir nesse final de semana?
le cinèma club (gratuito): Jafar Panahi
A Le Cinéma Club disponibilizou hoje (16/12) o curta-metragem Hidden (2020), do diretor Jafar Panahi.
Sinopse: A viagem do diretor Jafar Panahi, sua filha e um produtor de teatro até uma remota aldeia curda. Eles encontram uma cantora extremamente talentosa cuja família tradicional a proíbe de cantar em público e acabam descobrindo um segredo envolto em mistério.
Duração: 18 minutos. Disponível até a próxima sexta-feira (23/12).
mubi ($): Vojtěch Jasný
A MUBI disponibilizou anteontem (14/12) o filme Um Dia, Um Gato (1951), do diretor tcheco Vojtěch Jasný. A obra ganhou o Prêmio do Júri do Festival de Cannes de 1963.
Sinopse: Os moradores de um vilarejo assistem ao espetáculo de um mágico e seu gato, que usa óculos e, quando os tira, tem o poder de mudar a cor das pessoas à sua volta de acordo com o caráter delas.
Duração: 105 minutos. Disponível até meados de janeiro.
🍿 links de interesse
🛼 O trailer do filme Barbie, da diretora Greta Gerwig, acabou de sair [vídeo].
🕵🏻 Ontem (15/12) foi o aniversário de 75 anos do filme T-Men (1947), de Anthony Mann [trailer do filme].
🎞️ A Glênis Cardoso da Cinelimite compartilhou uma imagem mostrando duas cópias de um mesmo filme em diferentes estados de conservação [tweet].
💃🏼 Segundo a Searchlight Pictures, a cantora Taylor Swift está preparando sua estreia como diretora de cinema com um roteiro original que a própria escreveu [artigo].
🇦🇷 A última quarta-feira (14/12) marcou o aniversário de 56 anos da diretora argentina Lucrecia Martel. Me lembrei da vez que ela disse que a cura pra insônia dela é assistir compilações de gols do Messi no YouTube [imagem].
🪗 A última quarta-feira (14/12) também foi o aniversário do compositor e cantor Luiz Gonzaga. Bom momento para relembrar a marcante participação dele no filme Sem Essa Aranha (1970), do diretor Rogério Sganzerla [vídeo].
🏔️ Faleceu essa semana o compositor Angelo Badalamenti (1937–2022), frequente colaborador do diretor David Lynch. O John Frankensteiner compartilhou um relato do próprio Lynch sobre como era trabalhar com ele [imagem].
👑 A atriz Molly Ringwald, de Clube dos Cinco (1984) e Gatinhas & Gatões (1985), publicou um texto na New Yorker relatando como foi trabalhar com o diretor Jean-Luc Godard em sua adaptação de Shakespeare, Rei Lear (1987) [artigo].
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